#3 – Usando o iPad como computador
E ainda: Fernanda Torres indicada ao Oscar, as absurdidades de Trump e Musk, o lançamento da linha Galaxy S25, o fim do Blu-ray e, de recomendação, Marcel the Shell With Shoes On.
Oi, aqui é o Victor. E na terceira edição da Nos Eixos…
I. No Eixo X, te conto os altos e baixos das notícias da semana; da indicação histórica de Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui ao Oscar, até os oligopólios que os bilionários da tecnologia estão formando nos Estados Unidos com a eleição de Donald Trump.
II. No Eixo Y, comento mais sobre como foi (e ainda está sendo) minha experiência de usar o iPad como o meu computador principal.
III. E no Eixo Z, recomendo você ver o meu mais novo filme favorito. Eu achei que fosse chorar, mas não imaginei que fosse tanto assim.
Espero que gostem, acabei falando muito mais do Trump e das Big Techs do que eu esperava, mas precisava desabafar. Até a próxima edição!
Eixo X: algumas notícias da semana
Não tem como começar a edição da Nos Eixos de outra forma: Fernanda Torres foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz e Ainda Estou Aqui está na disputa não só para Melhor Filme Internacional, mas também para Melhor Filme! Um feito histórico para o cinema brasileiro que merece ser eternizado com todos os prêmios.
Em 2020, Parasita venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional e Melhor Filme, será que Ainda Estou Aqui consegue repetir? Estamos todos na torcida e vamos acompanhar no dia 2 de março às 21h.
Ah, sim… E tivemos outros indicados à premiação. Duna: Parte 2 foi finalmente lembrado (mas um absurdo Villeneuve não estar indicado em Melhor Diretor) e é um desrespeito enorme com toda a cultura mexicana, latino-america e LGBTQ+, em especial com pessoas trans, Emilia Pérez ter conquistado 13 indicações (pelo menos foi esnobado no GLAAD).
Trump e Big Techs
A posse de Donald Trump foi marcada por vários e vários absurdos, e todos os bilionários da tecnologia estavam lá para cortejar o novo presidente dos Estados Unidos.
Jeff Bezos da Amazon (e do jornal Washington Post, vale lembrar), Mark Zuckerberg da Meta, Sundar Pichai do Google, Sam Altman da OpenAI (dona do ChatGPT), Tim Cook da Apple… Além do Elon Musk, é claro.
E embora uma pequena parte de mim imagine que alguns não apoiem totalmente o Trump (Altman, Bezos e Zuckerberg já tiveram suas várias doses de atritos com o presidente, mas ainda acho que eles gostaram da mudança de presidência), todo o meu restante vê apenas duas alternativas: oportunismo ou camaradagem.
Na primeira, temos os bilionários que podem não concordar com o Trump, mas querem ainda mais dinheiro, poder, influência e domínio dentro e fora dos Estados Unidos, especialmente com empresas chinesas se consolidando em enormes avanços na tecnologia – e que ameaçam as Big Techs estadunidenses em questão de inteligência artificial, baterias recarregáveis, carros elétricos, eletrônicos de consumo e tantos outros.
Na segunda, temos os bilionários conservadores que concordam com cada palavra de Trump e querem surfar nas mudanças grotescas para própria satisfação pessoal, e é onde entram o Zuckerberg (que disse que empresas precisam de mais “energia masculina“) e o Musk (que sempre faz tanta merda que nem vale a pena começar a citar aqui).
Vai ser impossível falar de tecnologia em 2025 sem falar de política (pelo menos para quem se importa com o assunto, e é o meu caso), especialmente no Brasil onde as Big Techs dos Estados Unidos estão enraizadas com redes sociais, dispositivos eletrônicos, canais de notícias e serviços de streaming. Vai ser um ano daqueles...
Achados da Amazon
⌨️ Teclados, mouses e acessórios da Logitech com preços bons de verdade.
✌️ Novos Galaxy S25 com o dobro de memória pelo mesmo preço.
😎 Protetor solar facial baratinho (comprei e só estou esperando chegar).
Ai, ai, ai…
O lançamento da linha Galaxy S25 na quarta-feira (22) foi dominado por inteligência artificial em uma forte parceria da Samsung com o Google para integrar o Gemini na OneUI.
E se pouco foi dito a respeito de especificações, quase nada foi mencionado sobre o salto técnico de um ano para o outro. O que nos mostra uma aposta gigantesca em atualizações de software e IA, mais ainda que no lançamento do Galaxy S24.
No evento, a Samsung ainda apresentou algumas surpresas: mostrou de relance seu primeiro dobrável tri-fold, exibiu o Project Moohan (concorrente do Apple Vision Pro desenvolvido com o Google) e antecipou o Galaxy S25 Edge.
Antes previsto como Slim, o Edge deveria trazer um corpo ultrafino, mas pelos vídeos parece que a mudança não vai ser tão dramática quanto eu esperava.
Se o projeto tivesse mais tempo, como o iPhone 17 Air está tendo, ele poderia ser mais interessante nesse sentido. O modelo da Apple parece ser fino de verdade, com míseros 5,5 mm.
Para efeito de comparação, o Galaxy S25 tem 7,2 mm e o Galaxy S25 Edge pode estrear com 6,4 mm, uma redução de 0,8 mm. Já o celular mais fino da Samsung continuará sendo o Galaxy A8 (2015) com 5,9 mm.
O fim do Blu-ray
A Sony anunciou que vai encerrar a fabricação dos discos Blu-ray a partir de fevereiro de 2025, e é muito triste.
Triste porque não se pode confiar em serviços de streaming. Na época da fusão com a Discovery com David Zaslav como mandachuva, a HBO entrou em uma nova era sombria e removeu 87 produções do seu catálogo, incluindo Westworld com sua primeira temporada impecável que merece ser assistida independentemente do restante da série.
Triste porque isso também significa o fim para os icônicos menus de DVDs – cujas interfaces únicas foram substituídas por modelos genéricos em Blu-rays atuais. Nunca vou te esquecer, menus de Lost.
É realmente uma pena que tenhamos que depender cada vez mais das plataformas de streaming, que podem fazer séries e filmes amados desaparecer de uma hora para outra.
Eletrônicos de consumo
O iPhone 16E (possível nome final do iPhone SE 4) pode ganhar a Dynamic Island em vez do entalhe largo para ficar mais parecido com os modelos atuais.
E supostas unidades de testes do iPhone 17 Air podem ter vazado detalhando um visual inédito com traseira de metal e faixa de vidro para o módulo de câmera, que terá apenas um sensor principal. Eu achei bonito e lembra o Google Nexus 6P.
A Samsung está testando sensor de 200 MP para lentes zoom de celulares.
A Oppo comparou seu próximo dobrável, o Find N5, com o iPhone 16 Pro. E a espessura é impressionante. É exatamente isso o que eu espero desses novos celulares ultrafinos como o iPhone 17 Air e o Galaxy S25 Edge.
A Logitech trouxe a linha POP Icon para o Brasil com teclado e mouse bem fofos.
E mais
O Núcleo lançou a Calculadora de Streaming que te ajuda a saber quanto você gasta nos serviços de assinatura. Bom para tomar consciência de quanto vale seu dinheiro e o que você deve cancelar.
O site oficial de Lady Gaga foi atualizado com uma contagem regressiva que acaba em 27 de janeiro. Finalmente vem aí o LG7?!
A OpenAI apresentou uma nova ferramenta que faz a IA controlar o seu navegador para fazer compras, reservar um restaurante, preencher formuário e por aí vai.
A Perplexity ganhou um recurso parecido, só que mais interessante e muito bem acabado. A atualização chegou apenas para o Android (onde você pode usar como assistente virtual), imagino por causa das restrições do iOS para controle de interface por aplicativos de terceiros.
GTA VI pode ser um marco sem precedentes na história dos jogos, mas não do jeito que todos gostariam: ele pode custar US$ 100 no lançamento, o que daria R$ 600 reais em conversão. Se nenhum jogo vale R$ 300 reais, imagina o dobro.
E ontem a Microsoft realizou sua Developer Direct com detalhes sobre alguns dos seus principais jogos que chegam esse ano. De todos, o que mais me interessa é South of Midnight. A direção de arte está impecável, os personagens parecem interessantes e a jogabilidade tem potencial para fazer desse um dos melhores jogos de 2025.
Eixo Y: dá pra usar o iPad como computador?
Sim… e não.
No vídeo dessa semana do Eixo XYZ, eu decidi substituir totalmente o meu Mac mini pelo iPad Pro e passei os últimos dias usando o tablet mais completo da Apple para fazer tudo: escrever a newsletter, editar fotos, postar no Instagram, criar notícias no meu site e até editar o próprio vídeo.
O resultado vocês podem ter visto no decorrer dessa semana, especialmente ontem (com o vídeo) e hoje (nessa newsletter). E para mim, nada mudou em relação à qualidade. Ainda sou capaz de entregar tudo aquilo que me disponho a entregar, sem comprometimento nenhum.
Infelizmente algumas tarefas levam mais tempo para realizar porque o iPadOS (o sistema operacional do iPad) é mais limitado e simples que o macOS. E por mais que isso poderia ser uma questão negativa, pra mim acaba sendo um ponto extremamente positivo.


Eu falo no vídeo sobre intencionalidade. Trabalhar no iPad é saber que eu vou conseguir fazer meu trabalho de forma muito mais eficiente e rápida por causa das limitações dele. Como a interface é menos complexa, com menos botões, uma quantidade menor de menus e janelas que não ficam amontoadas uma em cima da outra, eu não me distraio tanto como no Mac.
É sentar, organizar as janelas no monitor e começar a escrever. Às vezes as ideias simplesmente fluem e o texto desliza com uma suavidade impressionante, e ter um teclado gostoso de escrever ajuda bastante.
E é exatamente por tudo isso que eu acabei optando pelo iPad Pro com Magic Keyboard em vez de comprar um MacBook Air ou Pro. Não é sobre a potência do equipamento, mas o que eu vou fazer com ele.
Não adianda eu ter o Mac mais poderoso do mundo se eu levo muito mais tempo para terminar um texto simples, entendem?
E no vídeo dessa semana lá no Eixo XYZ eu falo sobre isso, indicando os pontos positivos e os pontos negativos de usar o iPad como computador principal. Não é perfeito (afinal, nada é), mas me permite fazer o meu trabalho da melhor forma e isso é mais do que o suficiente para mim.
Assista ao vídeo lá no YouTube e não se esqueça de comentar com elogios, críticas, sugestões de vídeos e o que mais você quiser falar.
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Eixo Z: para ver
Marcel the Shell With Shoes On (2022, Dir. Dean Fleischer Camp)
Eu sabia que iria chorar muito com esse filme desde que vi o trailer em 2022 e me emocionei ali mesmo. Eu só não esperava que fosse demorar tanto para ver e que eu fosse chorar tanto.
Do começo até o fim, fiquei muito tocado pelo amor e carinho em todos os aspectos Marcel the Shell: os detalhes minuciosos de cenário em cada ambiente, a dublagem perfeita, o humor delicioso e o afeto que a gente sente por uma concha pequena em um mundo tão imenso.
Só de lembrar de algumas coisas, me emociono de novo. E esse virou um dos meus filmes favoritos de todos.
Ele está disponível no Prime Video, mas agora o meu sonho é ter a versão em Blu-Ray que traz um livro com storyboards, artes conceituais, detalhes da produção e fotos de bastidores.
É realmente um filmezinho muito especial e com certeza vou retornar algumas vezes por ano.