DeepSeek muda tudo / The Sims 1 e 2 retornam / Galaxy AI gratuita*
Nos Eixos #4: seu resumo de notícias da semana em tecnologia e cultura pop.
Oi, aqui é o Victor. Essa semana o canal do Eixo XYZ no YouTube atingiu a marca dos 2.500 inscritos e a newsletter chegou aos 400 assinantes! Eu fico muito feliz em ver um projeto criado com tanto carinho e atenção tendo uma recepção tão calorosa. Muito obrigado a todos que estão acreditando nesse potencial.
E eu preciso da sua opinião: tenho pensando bastante em fazer da Nos Eixos apenas um resumo de notícias da semana. Isso permitiria que eu me dedicasse mais em uma coisa só em vez de ter que dividir o foco da newsletter em três partes.
Vou testar esse novo formato apenas com o resumo de notícias na edição da próxima semana, mas quero também que você me fale o que acha dessa ideia na enquete abaixo (e também comentando pelo app do Substack).
E na edição dessa semana da Nos Eixos…
Eixo X: a inteligência artificial da China implodiu o mercado estadunidense e contrariou as expectativas sobre desenvolvimento e custo de IA generativa.
Eixo Y: fiz um vídeo bem mais completo sobre dicas de atalhos para o iPad (e vários outros nesse estilo vão chegar nas próximas semanas).
Eixo Z: Eusexua é o meu álbum favorito do ano (até agora).
Aproveite a quarta edição da newsletter e até a próxima semana!
Eixo X: as notícias da semana
O primeiro teaser de Alien: Earth me deixou muito entusiasmado. Abrir com o ponto de vista do Xenomorfo foi genial. A série estreia no meio do ano no Disney Plus.
Frankenstein vai ganhar uma nova adaptação com direção de Guillermo Del Toro estrelando Oscar Isaac, Jacob Elordi e Mia Goth. Chega em novembro na Netflix.
Denis Villeneuve confirmou que está escrevendo o roteiro de Dune: Messiah, adaptação do livro Messias de Duna do Frank Herbert. Ele estreia no fim de 2026, vai se passar 12 anos depois de Duna: Parte 2 e conclui o arco de Paul Atreides.
O Google Maps atualizou essa semana o nome do Golfo do México para “Golfo da América“, mudança válida apenas nos Estados Unidos e países que reconhecem o absurdo.
Falando nisso… Para Bill Gates, o apoio de Elon Musk aos políticos de extrema-direita é uma "merda insana". E eu não poderia concordar mais.
A decepção do ano
A Netflix apresentou na quinta (30) vários trailers de próximas séries, filmes e documentários que chegam esse ano. Mas eu vou dar destaque para um: The Electric State.
Esse é um projeto que tinha potencial para ser o grande destaque do ano pela natureza estética e a narrativa da história original, mas toda vez que saía uma nova informação, mais decepcionado eu ficava. E depois do teaser dessa semana, não tenho mais esperança.
Essa é uma adaptação do livro de mesmo nome escrito e ilustrado por Simon Stålenhag, mesmo criador de Tales from the Loop, livro que virou série no Prime Video (uma das minhas produções favoritas de todos os tempos).
E o problema é que The Electric State da Netflix parece pecar em tudo. Da ambientação impressionantemente genérica (algo que não devia acontecer graças à fonte original) até os personagens chatos vividos por atores desinteressantes como Millie Bobby Brown e Chris Pratt.
O livro (lançado como Estado Elétrico aqui no Brasil) nos leva em uma viagem repleta de paisagens inesquecíveis marcadas por máquinas de guerra colossais desativadas, grandes equipamentos corroídos pelo clima, lugares estranhos, curiosos e assustadores a cada nova parada e uma atmosfera muito única que é resultado da complexa construção de mundo – tanto em texto quanto em ilustração.
Recomendo que você procure saber mais porque é impressionante o trabalho feito por Stålenhag. É inspirador, sensível e muito bonito. E ver toda essa excentricidade sendo jogada fora para a realização de um blockbuster sem personalidade pelos irmãos Russo (Vingadores: Ultimate) é uma decepção enorme, ainda mais sabendo do verdadeiro potencial.
Ofertas da semana
📚 Literatura brasileira de excelência: Tudo é Rio com descontão no Kindle.
⌨️ Combo teclado e mouse sem fio Logitech por ótimo preço.
☀️ Protetor solar facial antioleosidade baratinho.
Mini-review: eu recomendei ele na semana passada, comprei e testei… e não é bom mesmo?! Textura seca, cheiro agradável e não deixa a pele branca.
A Nintendo tentou processar um supermercado da Costa Rica que se chama Super Mario. Ela perdeu o processo.
Beyond: Two Souls vai ganhar uma adaptação em série live-action pela produtora de Elliot Page e eu fico animado demais com isso.
O Xbox teve uma queda de 7% na receita e isso mostra o desinteresse do público pelos consoles Series X/S. Mas pelo menos o Game Pass voltou a crescer.
A Rockstar pode lançar GTA VI com GTA Online vendido separadamente. Se for verdade, é a primeira vez que isso vai acontecer.
Um dos grandes sucessos da Microsoft para o Xbox e Windows, Forza Horizon 5 vai chegar ao PS5 este ano. É o primeiro jogo da série Forza em um console da Sony.
Fim dos exclusivos no PlayStation?
O CEO da Moon Studios (de Ori and the Blind Forest) postou um textão no X comentando as decisões estratégicas da desenvolvedora sobre a exclusividade do seu próximo jogo, No Rest for the Wicked.
Dentro do texto, Thomas Mahler fala que “ficaria surpreso se a Sony não acabasse com a mesma estratégia“ do Xbox, de encerrar a exclusividade em jogos e lançar o mesmo título em diferentes plataformas.
“Os consoles estão presos atraindo os mesmos 100 a 150 milhões de jogadores há mais de duas décadas. Se quisermos ver a indústria crescer, precisa ser mais fácil para todos acessarem o conteúdo.“
Esse é o fato, mas você pode ter visto algumas pessoas ou até páginas de notícias declarando a opinião de Mahler como decisão definitiva por parte da Sony, o que não é verdade.
Por mais que os indícios apontem que esse possa ser o futuro do PlayStation, ainda não tem como garantir. Talvez vejamos alguns lançamentos como multiplataforma e outros como exclusivos para garantir certo valor ao console, mas não temos como saber.
O que eu sei é que a Nintendo continua invicta nessa questão. Os exclusivos dela nunca vão deixar o Switch, tenho plena certeza.
Sul Sul
Em comemoração aos 25 anos de The Sims, a EA vai relançar nessa sexta (31) os dois primeiros jogos da franquia com todas (ou quase todas) as expansões.
Essa é uma notícia maravilhosa para a preservação dos jogos, já que muitas desenvolvedoras e distribuidoras têm fechado o cerco contra títulos antigos ao não disponibiliza-los em lugar nenhum. E quem perde é o público por não ter acesso a jogos incríveis do passado.
Que isso vire tendência – e que o próximo seja Need for Speed Underground 2.
Eletrônicos de consumo
A Honor chegou de verdade ao Brasil. Ontem (30), a empresa confirmou o lançamento de intermediários a partir de R$ 1.399. Modelos mais poderosos chegam “em breve“, incluindo o impressionante dobrável Magic V3 com míseros 4,4 mm de espessura
A Xiaomi também apresentou o Redmi Note 14 Pro Plus com câmera de 200 MP e bateria de 5.100 mAh com recarga de 120W. A linha chega em fevereiro no Brasil por até R$ 5.999.
O Google liberou o código-fonte do Pebble, um dos relógios inteligentes queridinhos da década passada por sua tela e-ink (mesma usada no Kindle). Se a marca vai ressuscitar depois de 10 anos, não sabemos, mas fica a esperança.
Março pode ser o mês dos celulares intermediários: a Nothing confirmou que o Phone (3a) será apresentado em 4 de março com lente zoom, o Google Pixel 9a deve chegar ao longo das semanas seguintes também com ficha técnica moderada, e por aqui o Galaxy A36 foi homologado na Anatel – ele deve chegar ao lado do Galaxy A56, provavelmente até o mês de março.
Vai e vem
A semana foi repleta de disse me disse sobre um dos próximos lançamentos da Apple: o iPhone 16E – suposto nome final do iPhone SE 4, que combinará o design do iPhone 14 com ficha técnica do iPhone 16.
Segundo alguns vazamentos, o modelo vai ter Dynamic Island. Mas segundo outros, ele vai manter o entalhe tradicional do iPhone 14.
Letras miúdas
No rodapé das páginas de todos os modelos da linha Galaxy S25, a Samsung confirma que as funções do Galaxy AI serão gratuitas até o fim deste ano para os dispositivos suportados (e imagino que isso possa valer também para o restante da linha Galaxy S).
A partir disso a empresa deve cobrar por todos (ou quase todos) os recursos e, quem não assinar, vai ficar de fora.
E essa semana foi revelado que o Galaxy S25 Ultra representa 70% das vendas da linha de smartphones da Samsung na Coreia do Sul, um marco impressionante.
O jogo mudou
Há anos os Estados Unidos fazem de tudo para limitar o acesso da China à tecnologia de ponta. Fortes sanções impedem empresas chinesas de usarem os avançados processadores desenvolvidos por marcas estadunidenses. É a tal da guerra comercial.
E mesmo com tantos impedimentos, no fim de janeiro a China lançou seus modelos de inteligência artificial. E isso implodiu o mercado da tecnologia dos Estados Unidos.
Até agora, os chefões das Big Techs afirmavam que o custo para criar inteligência artificial generativa era muito alto e que, por isso, era necessário investimento bilionário. Prova disso está na Stargate, um consórcio (ou joint-venture para quem ama termos importados) entre a Oracle, OpenAI (do ChatGPT) e Softbank anunciado por Donald Trump que poderia destinar até US$ 500 bilhões para investimento em infraestrutura de IA.
Eis então que chega o DeepSeek com seu modelo R1. Ele é gratuito, de código aberto (open source, então qualquer pessoa tem acesso ao código-fonte), consegue superar os atuais modelos de competidores como o ChatGPT, é mais eficiente (roda em chips menos potentes e mais baratos) que os rivais e ainda pode rodar localmente. E tudo isso custou menos de US$ 6 milhões para ser desenvolvido, enquanto o GPT-4 da OpenAI custou US$ 100 milhões.
Essa revolução do DeepSeek mudou o jogo e colocou em cheque o ciclo de desenvolvimento de IA, mostrando que é possível criar excelentes modelos sem bilhões de dólares em investimento, sem equipamentos extremamente caros de última geração e sem acabar com o planeta com altas emissões de gases de efeito estufa.
Apenas na segunda-feira, um trilhão de dólares em valor de ações evaporaram nos Estados Unidos. A Nvidia (que fabrica processadores para IA) fez história com a maior desvalorização registrada por uma única empresa. No dia seguinte, a Meta criou salas de crise para desvendar e copiar o código do DeepSeek.
Como lembrou Paris Marx em sua newsletter
, o Bloomberg avaliou em dezembro a China como líder global em painéis solares, trens de alta velocidade, grafeno, veículos elétricos, drones e tecnologia de bateria. E é por isso que os Estados Unidos estão em pane.E se você acha que o DeepSeek é “censurado” pela China, já tentou pesquisar alguns termos no Gemini do Google?
Não existe imparcialidade. Qualquer coisa que envolva humanos tem uma parcialidade. Outras mais, outras menos, é verdade. Mas é impossível que consigamos eliminar as nossas experiências, vivências e ideais quando queremos fazer qualquer tipo de julgamento.
Imparcialidade não existe por Leonardo Fuita
Eixo Y: dicas de uso para o iPad.
O vídeo da semana passada bombou e eu realmente não esperava por isso. E como muitas pessoas demostraram interesse em saber mais dicas de uso para o iPad, decidi gravar um vídeo sobre isso e empurrar o que sairia essa semana para o próxima (usando o iPhone 6 dez anos depois do lançamento).
Foi o vídeo mais curto que eu já gravei até hoje e fiquei surpreso como a produção dele foi tão rápida. Sinto que a cada semana fica mais fácil criar conteúdo e menos travado eu fico diante da câmera. Gravar é realmente uma questão de prática.
Na próxima semana, vou trazer um vídeo sobre como eu faço uso do iPhone 6 em 2025 e, provavelmente, na semana seguinte, um vídeo falando do ecossistema da Apple e porque ele é tão bom (quando funciona como deveria).
Eixo Z: Eusexua, de FKA Twigs.
O novo álbum da FKA Twigs saiu na sexta passada e eu até podia ter recomendado ele por aqui, mas eu escolhi esperar para digerir todas as faixas porque sei como eu sou chato. E mais uma vez: o trabalho é perfeito.
De início eu gostei menos de Room of Fools e Keep It, Hide It, mas agora eu já consigo apreciar as duas faixas com muito gosto e isso torna maravilhosa a experiência de escutar o álbum do começo até o fim.
Eusexua é diferente, ousado e ambicioso, e com certeza vai servir de inspiração para muitos artistas a partir de agora.
Com certeza um dos melhores álbuns do ano e não consigo parar de escutar.